Como a telemetria dos jogos melhora as suas habilidades nas corridas simuladas

As corridas simuladas estão a tornar-se cada vez mais competitivas e, em muitos aspetos, começam a assemelhar-se às corridas do mundo real. Os pilotos simulados costumam organizar-se em equipas — algumas altamente estruturadas e competitivas, outras mais informais —, mas há um traço comum que une todas elas: a vontade de melhorar através da colaboração.

Uma das ferramentas mais eficazes — e muitas vezes essenciais — para melhorar o desempenho é a análise de dados. Isso permite que os pilotos comparem o seu próprio desempenho com o de um colega de equipa mais rápido para identificar exatamente onde está a ser perdido tempo na pista.

Telemetria refere-se à aquisição de dados em tempo real durante a condução, enquanto a análise de dados é a revisão e comparação desses dados após a sessão (semelhante à forma como um engenheiro de corrida descarregaria dados de um carro de corrida real para revisão).

Este gráfico sobrepõe os traços de velocidade de duas voltas. Ele destaca diferenças em:

• Velocidade máxima (frequentemente associada à configuração aerodinâmica)
• Velocidade mínima nas curvas (indicativa da aderência e confiança)
• Velocidade de saída da curva (resultado da aplicação do acelerador e da tração)

Aqui pode analisar como e quando o acelerador é acionado:

• Uma linha ascendente acentuada significa que o condutor acelerou a fundo imediatamente.
• Uma curva mais gradual ou segmentada indica modulação do acelerador (acelerador parcial).
• Também é possível identificar pontos de levantamento, onde o condutor alivia o acelerador antes de travar.

Isto mostra:

• Tempo de aplicação do travão,
• Intensidade da travagem,
• Estilo de travagem (progressivo vs. agressivo).

Dica profissional: em alguns simuladores, especialmente com carros GT, também é possível visualizar a ativação do ABS. O ideal é que isso seja minimizado (especialmente em plataformas como o iRacing) para manter o desempenho ideal da travagem.

A travagem em curva — atécnica de manter uma pequena percentagem da pressão do travão na curva — também é visível aqui. Uma curva de libertação gradual do travão mostra isso bem.

Estes gráficos geralmente andam de mãos dadas:

• Pode ver qual a mudança utilizada em cada curva e comparar as rotações do motor.
• Ao analisar os gráficos de velocidade e aceleração, é possível perceber se a escolha da marcha está a afetar a aceleração ou a custar tempo.

Aqui, pode examinar:

• Ângulo de direção aplicado (ângulo excessivo pode indicar subviragem),
• Velocidade de direção (se for muito rápida, os pneus dianteiros podem não aderir a tempo),
• Contra-esterço (usado para corrigir o sobreviragem).

Por último, mas não menos importante: o gráfico do tempo delta. Trata-se de uma comparação direta dos tempos por volta, mostrando onde se ganha ou se perde tempo setor por setor. É um dos indicadores mais claros das diferenças de desempenho.

Cada um destes gráficos é valioso por si só, mas uma análise completa do desempenho resulta da interpretação conjunta deles. O comportamento ao volante, a dinâmica do veículo e o tempo por volta são o resultado de uma interação complexa de todos os elementos acima.

Ao combinar a análise de dados com treinos específicos, os pilotos de simulação podem diminuir a diferença para os seus colegas de equipa mais rápidos — e talvez até se tornarem eles próprios a referência.